terça-feira, 4 de novembro de 2008

Monstro n.º 1

Nasceu de minhas entranhas
um bicho feio, estranho demais.
Mas gosto dele, do seu cheiro,
dos barulhos que ele faz.

Vê-lo é sentir os pés, nus,
espalmados no chão;
É ter mais estrelas que calos
nas palmas das mãos;
É encher o meu peito
como colorido balão.

Depois cair



feito chumbo
na tenaz solidão.

Raphael Negrão

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